terça-feira, 10 de julho de 2012

1 UM VELHO MÉTODO REFORMISTA Extraído de: Orlando G. de Pinho, Uma Luz que Alumia, São Paulo: Associação Paulista, 1976. Este material foi publicado juntamente com o irmão Adalberto Simon, membro da Reforma por 40 anos. Cópia de um trecho de carta escrito pelo Pr. C, H. Watson, então presidente da Associação Geral da IASD, à Sra. E. Dees, residente em Ontário, Canadá, a 27 de março de 1933. Foi enviada dos EUA pelo Pr. Moysés Nigri para a Associação Paulista da IASD, e traduzida pelo Pr. Luiz Waldvogel. A Alteração ou Aplicação Deturpada dos Testemunhos da Irmã White “Agora, tendo escrito tão extensamente, desejo que a senhora saiba que “The Sabbath Watchman” está inteiramente errado em alegar que a Associação Geral tenha endossado os passos errados dados por Conradi e seus associados na Alemanha. A declaração de “The Sabbath Watchman”, creio, representa muito falsamente a Associação Geral, afirmando ter endossado a ação e atitude daqueles irmãos europeus. Também deturpa, em um ou dois casos, as declarações da irmã White. Especialmente o faz quando representa algumas de suas mensagens que concitam a uma reforma, como se significassem que as pessoas se devessem separar do corpo de organizado de Adventistas do Sétimo Dia e fundar uma organização sua. Conquanto eu não tenha podido dedicar muito tempo à leitura das folhas de “The Sabbath Watchman” que me enviou, notei algumas coisas em seu uso dos Testemunhos que me pareceram desonestas. Por exemplo, citam de Testimonies, vol. 1, pág. 240: “Nossa santa fé clama por separação. Não nos devemos conformar com o mundo, ou com professadores da fé, sem coração e sem vida”. E citam isto como se essa frase fosse um chamado para separação do corpo geral de adventistas. Na realidade é parte de um testemunho pessoal, escrito ao irmão e irmã K. Imediatamente antes das palavras que o impresso reformista cita, acham-se estas outras: “Amados irmão e irmã K.: em minha última visão foram-me mostradas algumas coisas com respeito a sua família. O Senhor tem pensamentos de misericórdia a seu respeito, e não os abandonará a não ser que os irmãos O abandonem. L e M estão em estado de mornidão. Devem despertar e fazer esforços em favor de sua salvação, ou do contrário não alcançarão a vida eterna. Devem sentir uma responsabilidade individual, e ter uma experiência deles mesmos. Precisam que se opere em seu coração, pelo Santo Espírito de Deus, uma obra que os leve a amar e preferir a sociedade do povo de Deus acima de qualquer outra, e a separar-se dos que não têm amor às coisas espirituais. Jesus requer um sacrifício são, uma consagração completa. L e M, vocês não entendem que Deus requer suas afeições indivisas. Vocês fizeram uma santa profissão, no entanto caíram no nível morto dos professadores comuns. Você amam a sociedade dos jovens que não têm respeito para com as sagradas verdades que vocês professam. Vocês se têm 2 assemelhado aos seus companheiros, e têm-se contentado com uma religião apenas bastante para se tornarem agradáveis a todos, sem incorrer na censura de ninguém. Cristo requer tudo. Se requeremos menos, Seu sacrifício seria de preço demasiado alto, grande demais para nos elevar a esse nível. Nossa sagra fé brada: Separação! Não nos devemos conformar com o mundo, ou com professadores sem coração, sem vida”. Este uso errado e positivamente deturpado por parte do “The Sabbath Watchman”, de uma declaração da irmã White, é coisa demasiado séria para ser perpetrada pelos que demandam reforma. Tenho em meu espírito sérias dúvidas quanto a poder Deus realmente usar homens e mulheres que agem desse modo, ao mesmo tempo que alegam ser reformadores da igreja. Outro exemplo de uso desonesto das palavras da irmã White por eles, notei-o naquelas folhas, onde citam de Review and Herald, de 25 de fevereiro de 1902, o seguinte: “Têm que ocorrer um reavivamento e uma reforma, sob o ministério do Espírito Santo. Reavivamento e reforma são duas coisas diversas. Reavivamento significa uma renovação da vida espiritual, um despertar das faculdades da mente e do coração, uma ressurreição da morte espiritual. Reforma significa reorganização”. Neste caso desdobraram uma sentença em duas, fazendo a declaração terminar num ponto em que, segundo a dá o seu periódico, leva os leitores a compreenderem a irmã White dizendo uma coisa que ela não tinha em mente. A sentença completa, como ocorreu em Review and Herald, publicação da qual transcrevem [citada em ME, 1:128], é a seguinte: “Precisa haver um reavivamento e uma reforma, sob a ministração do Espírito Santo. Reavivamento e reforma são duas coisas diversas. Reavivamento significa renovação da vida espiritual, um avivamento das faculdades da mente e do coração, uma ressurreição da morte espiritual. Reforma significa uma reorganização, uma mudança nas idéias e teorias, hábitos e práticas.” A declaração, na íntegra, dá, como se vê, um sentido muito diverso do que aquele transmitido pelo “The Sabbath Watchman”. Noto também que há uma citação do vol. 3, pág. 146, nestes termos: “A menos que haja uma decidida reforma entre o povo de Deus, Ele desviará deles o Seu rosto”. A irmã White escreveu esta declaração num testemunho pessoal a um médico de Battle Creek. Ele foi escrito na Austrália e de lá enviado a 15 de junho de 1895. Referia-se à terrível condição na obra em Battle Creek naquele tempo em que esteve sob o completo domínio do Dr. Kellogg, que nessa ocasião estava caindo em apostasia e empenhando-se em que seus pontos de vista, apostatados e publicados, 3 fossem aceitos por nosso povo. Foram estes e outros testemunhos da irmã White que afinal efetuaram uma quase completa reorganização da obra, mudando-se sua sede, de Battle Creek para Washington. Foi também neste relacionamento que a declaração à qual me referi, da Review and Herald de 25/02/1902, acerca da reforma, foi-nos dada pela irmã White. Em atenção a essas instruções, processou-se naquele tempo, sob a liderança do Pr. A. G. Daniells e direção da irmã White, uma grande obra de reforma, reorganização e recuperação do movimento, das influências e poderes apóstatas. Será correto, aos olhos de Deus, escrever e falar dessas mensagens como se tivessem sido desacatadas, e das mudanças que elas requeriam, como se não tivessem sido usadas para promover a reforma e reorganização que requeriam? Acho errado apresentar agora essas mensagens, como se tivessem sido postas à margem, quando na realidade Deus usou-as, naqueles anos passados, para salvar Sua obra da destruição, pois estava em perigo muito grande. Agora um ponto mais. Parece-me que os que insistem em que a Igreja Adventista do Sétimo Dia seja Babilônia, jamais deveriam usar os Testemunhos para provar suas alegações. A irmã White reprovou esta espécie de empenho tão decididamente, que os que a citam par dar a impressão de que ela apóie semelhantes alegações, caem sob a condenação de suas palavras. Eu recuaria de ser culpado da fulminante repreensão por intermédio dela administrada por Deus aos que isto fizeram. Por bondade, observe a declaração dela: “No mundo só existe uma igreja que presentemente se acha na brecha, tapando o muro e restaurando os lugares assolados; e todo homem que chamar a atenção do mundo e de outras igrejas para esta igreja, denunciando-a como Babilônia, está trabalhando de acordo com aquele que é o acusador dos irmãos. (...) “Os que se põem a proclamar uma mensagem sob sua responsabilidade pessoal, e que, ao mesmo tempo que declaram ser ensinados e guiados por Deus, constituem sua obra especial derrubar aquilo que Deus durante anos tem estado a erguer, não estão cumprindo a vontade de Deus. Saiba-se que esses homens se encontram do lado do grande enganador. Não os creiais. Estão-se aliando com os inimigos de Deus e da verdade. Porão a ridículo a ordem estabelecida no pastorado, considerando-a um sistema eclesiástico imperialista. Afastai-vos desses; não tenhais comunhão com sua mensagem por muito que eles citem os Testemunhos e atrás deles busquem entrincheirar-se. Não os recebais; pois Deus não os incumbiu dessa obra. O resultado de semelhante obra será incredulidade nos Testemunhos, e nos limites do possível, tornarão sem efeito a obra que por anos tenho estado a fazer. “Quase toda minha vida tem sido dedicada a esta obra, mas meu encargo muitas vezes se tem tornado mais pesado pelo surgimento de homens que saíram a proclamar uma mensagem que Deus não lhes dera. Esta classe de obreiros maus tem escolhido porções dos Testemunhos, e tem-nas colocado numa moldura de erro, a fim de por esse meio dar influência a seus testemunhos falsos. Quando se tornar manifesto que sua mensagem é um erro, então os Testemunhos postos na companhia do erro, participam da mesma condenação; e o povo do mundo, que não sabe que os 4 Testemunhos citados são extratos de cartas particulares usadas sem meu consentimento, apresenta essa matéria como evidência de que minha obra não é de Deus, nem é verdadeira, mas falsa. Os que assim trazem má fama sobre a obra de Deus terão de responder perante Ele pela obra que estão fazendo. (...) “Os que estão levando esta mensagem errada, denunciando a igreja como sendo Babilônia, negligenciam a obra que Deus lhes determinou fazer, estão em oposição à organização, opõem-se à clara ordem de Deus pronunciada por Malaquias com relação a trazer todos os dízimos ao tesouro da casa de Deus, e imaginam ter uma obra a fazer no sentido de advertir aqueles a quem Deus escolheu para levar avante Sua mensagem de verdade. Esses obreiros não estão trazendo maior eficiência à causa e ao reino de Deus, mas estão empenhados numa obra idêntica àquela em que o inimigo de toda a justiça se empenha. Que estes homens que se levantam contra os meios e modos ordenados por Deus para levar avante Sua obra nestes dias perigosos, se despojem de todos os pontos de vista não escriturísticos quanto à natureza, ofício e poder dos agentes designados por Deus. (...) “Os que têm proclamado ser a Igreja Adventista do Sétimo Dia, Babilônia, têm feito uso dos Testemunhos para dar à sua atitude um aparente apoio; mas por que é que não apresentaram aquilo que por anos tem sido a preocupação de minha mensagem - unidade da igreja? Por que não citaram as palavras do anjo: "Uni-vos, uni-vos, uni-vos"? Por que não repetiram a advertência nem declararam o princípio de que "na união há força, na divisão há fraqueza"? São mensagens como as que esses homens têm proclamado, que dividem a igreja e trazem sobre nós opróbrio perante os inimigos da verdade; e nessas mensagens se revela claramente a astuta atuação do grande enganador, que quer impedir a igreja de alcançar a perfeição na unidade. Esses mestres seguem as labaredas de seu fogo, agem segundo seu juízo independente, e embaraçam a verdade com falsas noções e teorias. Rejeitam o conselho de seus irmãos, e avançam em seu caminho até se tornarem justamente o que Satanás deseja - de espírito desequilibrado. “Advirto meus irmãos a que se guardem contra a atuação de Satanás em todas as formas. O grande adversário de Deus e do homem exulta hoje por ter tido êxito em iludir almas, e em desviar seus meios e habilidade para condutos danosos. Seu dinheiro poderia ter sido empregado em promover a verdade presente, mas em vez disso foi expendido em apresentar noções que não têm base na verdade.” - Testemunhos para Ministros, págs. 50-57. Ora, para mim essas instruções são muito claras. Seguidas, levarão os homens a não causar separação e ficar confundidos, mas a unirem-se. A união dos crentes, e não a divisão da igreja, é o âmago das mensagens da irmã White. Sou muito obediente a essas mensagens quando faço o mais possível para conservar o povo e as forças deste movimento [ASD] cerrando fileiras no mais unido dos propósitos e comunhão cristãos. A reforma necessária e reclamada é de natureza a banir de nosso 5 coração divisões, lutas e frieza, unindo-nos em amor e sincera devoção a Deus. Em prol desta reforma eu oro sinceramente, mas espero que se realize dentro da igreja, preparando-a para a vinda de Jesus. Receio tê-la cansado, escrevendo tão extensamente, mas procurei apresentarlhe os fatos como creio estarem nos registros e decisões do passado, e nas instruções da serva de Deus. Confiando que esta informação ajudará seu coração a firmar-se na verdade, e com os melhores votos. Seu irmão na obra,

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